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25 de setembro de 2012


"Tardei a entender algumas coisas...
uma das últimas, foi que meu corpo temporariamente me hospeda,
e o que vejo, não sou eu, sou apenas um disfarce.
Sou casca, exterioridade, um vulto, um espectro,
uma imagem difusa.
Olho e não me vejo, se vejo não me acho,
minha aparência desvitaliza, finda... vira terra seca.
Ela é apenas a superficialidade de mim, uma imagem confusa.
E ai, o tempo fluiu, e na descoberta, vi que...
Eu sou, o que não se vê, eu sou o de dentro, sou o meu sonho,
o invisível do meu ser,
e o olhar que tenho sobre a minha passagem por aqui, sou alma.
Quando necessito me encontrar, salto profundamente,
enraízo-me na própria essência, que me recebe em calma.
Antes espelhava solidão, olhava com sofreguidão,
hoje me recolhi, virei remanso, sou mansidão,
ando comigo...
Não deixo a carência de mim, dominar o meu eu,
descubro-me, me acho... encontro-me.
Danço em devaneios com minha pequenez,
e bailo ao som dos meus soluços.
Rasgo-me de rir dos meus medos,
e das vezes que perdi o caminho.
Sou suscetível as mudança, arrisco nos abraços,
para não caminhar sozinho.
Tardei a entender algumas coisas...
Continuo não compreendendo outras tantas.
Só sei... que antes achava que eu era aquele que o espelho refletia.
Hoje, tenho outra perspectiva de mim,
sou compreensão, evolução... sou uma energia.
E que além de tudo e depois de tudo... um sonhador,
que brinca de ser poeta.
Recita: é preciso ter coragem para ser feliz.
E em silêncio poetiza
o amor."

Ari Mota

Um comentário:

  1. E aí, querida?
    Está lindo o blog! Este texto também é muito lindo!
    Bjsssssssssssssssss, quérida!

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